sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Carpinejando

 "Uma mulher não quer que o homem fique perguntando a toda hora o que ela quer.
Ela não quer ser definida, mas compreendida.
(...) Ela deseja que o homem adivinhe seu desejo.
(...) Que a paixão seja inventada, em vez de datilografada, em sinais e segunda via.
(...) O que uma mulher quer é uma piada que a faça rir bonita, não uma piada que a faça rir de qualquer jeito.
(...) Ela quer falar com as amigas o que um homem não sabe ouvir.
Ela não quer que o homem mude de assunto porque não lhe interessa.
Quer que o homem entenda que nem sempre ele é o seu assunto preferido.
(...) Uma mulher quer percorrer a saudade, e não a abandonar.
(...) Quer ser perfeita dentro de suas imperfeições, detalhista em suas expedições pelas sobrancelhas.
(...) Quer que a janela se incline como um girassol.
Quer ir vivendo o que não entende.
(...) Uma mulher quer descer do mundo em movimento.
(...) Que seja legível como um pássaro no escuro, um rio escuro, uma fruta na água.
Uma mulher quer se sentir pressentida ao andar de costas, nunca chamada ou assobiada.
Uma mulher quer descansar com afeto, sem intenções outras, ter os cabelos alisados e um colo, para perdoar o dia.
(...) Ela quer descobrir o que a vida quer dela nem tarde ou cedo demais.
Ela quer que o homem feche as antigas relações e os frascos no banheiro.
Uma mulher não quer que o homem fale por ela, como eu tentei fazer".

(Crônica "O que uma mulher quer?", in: O Amor Esquece de Começar, Carpinejar, p. 284-286)

Um comentário:

Desabafe! rs