A saudade bateu lá em casa neste fim de semana. Pensei não abrir a porta, mas ela chamava alto, os visinhos podiam ouvir. Daí não teve jeito. Sentamos e conversamos sobre a sua peregrinação, seu vestido vermelho. “Quando a saudade chegar com seu batalhão de atiradores e porta-bandeiras, vou cantar aquele som da gente”. Foi o que fiz. Liguei o som e cantamos juntas a vontade de vc. Ela me explicou que de nada adiantava esconder as lágrimas. Disse isso quando percebeu a vergonha que tinha dela, tentando desvencilhar o olhar...
Então ela me acompanhou a tarde inteira e pensou em ficar pra dormir, mas pedi que fosse embora, já bastava de sofrer. Precisava descansar, sonhar com paz. Mas antes de ir embora, no lugar de despedir-se, ela deu um sorriso de leve e me disse até amanhã.
Dormi entre suspiros e lamentos, com o corpo ardendo em brasa, pedindo um gozo conjunto, tentando se amar sozinho, tentando se bastar. Mas a cada capítulo do sono, meus braços procuravam por vc. Então eu decidi que não queria mais aquilo, que não a deixaria chegar perto novamente. Fiz promessas, juras de amor para mim mesma. Nada mais me afetaria, eu apenas dormiria e acordaria curada de todo aquele amor pulsante.
E no domingo, bem cedinho, abri os olhos para o novo dia. E nem precisei abrir a porta, pois sentadinha no sofá, com uma caneca de café na mão, ela me disse gentilmente: eu entrei pela janela.
É Isa as vezes não temos mesmo muita escolha...
ResponderExcluira saudade entra sorrateira.... e nos invade!
beijocas,
Mari.