sexta-feira, 1 de abril de 2011

De perto, ninguém é nornal. Mesmo.

Então que ontem eu voltei pra casa pensando numa coisa interessante que ouvi: “passei tanto tempo querendo transgredir e agora me vejo querendo coisas de gente normal, como casar, ter filhos e um emprego estável”. Ok. Pára tudo. O que é mesmo ser “gente normal”, e o que é mesmo transgressor hoje em dia?

Fiquei matutando sobre isso enquanto degustava minha cervejinha de final de dia... E lembrei que dentro do que penso e do que quero, compreendo as palavras Dele, o seu sentido de transgressão e o que quis dizer. Mas se analisarmos direitinho, podemos encontrar um montão de incongruências. Vejamos: Vamos desde já partir do principio Caetanesco de que “de perto, ninguém é nornal”. A gente já passou da pré-escola e sabe disso. Ok. Quanto ao casamento, no sentido literal da coisa, nada de pensar em convenções religiosas, papel assinado, nada disso. Casamento mesmo, parceria, respeito aos sonhos alheios, lealdade, companheirismo, união: isso sim é bastante transgressor, a meu ver, nos dias de hoje. Nesse tempo em que essas coisas parecem se perder tão rápido, onde a palavra tolerância vale mais do que respeito, onde o amor e o desejo se tornaram assuntos banais, diante da ilusão de que, porque falamos mais sobre isso, sabemos mais. Sim, temos mais informações, discutimos mais as coisas, mas, banalizamos muitos dos nossos melhores sentimentos. A idéia do casamento continua distorcida e as pessoas, num cômputo geral, continuam acreditando que uma aliança enfiada no dedo vale mais do que um olhar profundo, um beijo roubado, uma madrugada longa recheada de cumplicidade e outras tantas coisas que vagam como nuvens por aí...

O engraçado de parar e pensar efetivamente sobre tudo isso ontem foi perceber como eu também mudei no decorrer do tempo. E perceber ainda, que continuo transgressora e normal, cada qual com suas medidas. Entendo os medos Dele. Sinto tantas coisas parecidas... E sabe? Cansei de querer acreditar que nunca vou encontrar alguém que entenda o que digo, que não queira me enfiar num cartório para provar que lhe tenho amor, que respeite as minhas lógicas, que vibre por mim, que se saiba adorado e que me tenha como dupla dinâmica para as mais loucas empreitadas... Eu conheço alguns casais assim, aprendi a admira-los  e respeita-los, mesmo discordando de muitas coisas, mesmo analisando intimamente o que quero ou não tirar pra mim dali... Assim como conheço um montão de casal que poderia dar super certo, mas que se perdem justamente nessa idéia falsa de “normalidade”, que terminaram separados (mesmo que ainda estejam juntos) pela falta de diálogos sinceros ou mesmo por perderem tanto tempo querendo demonstrar ser o que não são, se perdendo em Eus variados, numa tentativa vã de agradar primeiro ao outro e não a ele mesmo... enfim. Eu decidi que quero acreditar. Acreditar que em algum momento haverá um parceiro pra brincar de montanha russa comigo. Sem medo de gritar e ficar descabelado, sem medo mesmo de ser bem feliz.

3 comentários:

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  2. Amei, amei e amei!!

    Eu fico pensando o quanto é difícil crescer, o quanto é difícil perceber nossas mudanças de gosto, de perfil e ao mesmo tempo vermos que continuamos a ser nós mesmos, que só adquirimos experiências que nos fizeram mudar a forma de ver certas coisas!!

    O problema é que as vezes pensamos tanto e acreditamos tão pouco!
    Então acredite, ame, viva e seja feliz e se não tiver montanha russa, experimente o carrocel... pode ser mais lento, mas tb tem suas vantagens, como ver o outro em marcha lenta te olhando com cara de 08 anos de idade... rsrsrsrs

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  3. ah.. sem duvidas Lilia.. e eu quero muito e tanto aprender tudo isso.. tomara que não seja só uma vontade do agora, que ela dure.. dure... porque é gostoso acreditar...

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Desabafe! rs